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Eclipse Lunar Total em 2025:
Na madrugada de 13 para 14 de março de 2025, o primeiro Eclipse Lunar Total do ano poderá ser observado em todas as regiões do Brasil. O fenômeno ocorrerá em três fases principais: penumbral, parcial e total, sendo que a fase total acontecerá às 3h25 da manhã, com duração estimada de uma hora.
O que é um Eclipse Lunar Total?
Um Eclipse Lunar ocorre quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, bloqueando a luz solar que normalmente ilumina a superfície lunar. Durante um eclipse total, a Lua entra completamente na sombra projetada pela Terra (umbra), adquirindo um tom avermelhado devido ao efeito da dispersão de Rayleigh, o mesmo fenômeno que torna o Pôr do Sol avermelhado.Esse efeito faz com que o evento seja conhecido popularmente como “Lua de Sangue”. A coloração avermelhada ocorre porque a luz azul é mais dispersa pela atmosfera da Terra, enquanto as ondas de luz vermelha e laranja continuam seu trajeto e iluminam a Lua.
Fases Eclipse Lunar. Fonte: UFRGS
Horário do Eclipse Lunar Total no Brasil
Início da penumbra: 23h57 do dia 13 de março
Fase parcial: 2h02 do dia 14 de março
Início da fase total: 3h25
Pico do eclipse: 3h58
Fim da fase total: 4h31Como observar o Eclipse Lunar Total?
Diferente de um Eclipse Solar, que exige proteção ocular específica, o Eclipse Lunar Total pode ser observado a olho nu sem riscos à visão. No entanto, para melhor experiência, recomenda-se assistir ao fenômeno em locais afastados da poluição luminosa das grandes cidades.
Se as condições meteorológicas forem favoráveis, será possível acompanhar todas as fases do eclipse.Curiosidade: o último Eclipse Lunar Total no Brasil
O último Eclipse Lunar Total visível no Brasil ocorreu em 15 de maio de 2022, quando o evento pôde ser observado em todas as suas fases. Já o Eclipse Lunar Total mais recente no mundo aconteceu em 8 de novembro de 2022, mas não foi visível no território brasileiro.Agora, três anos depois, o Brasil terá a oportunidade de acompanhar novamente esse espetáculo astronômico. Fique atento às datas e horários e prepare-se para observar um dos fenômenos mais fascinantes da Astronomia.
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Alinhamento Planetário Raro em 2025: Sete Planetas Alinhados no Céu.
No dia 28 de fevereiro de 2025, o céu noturno será palco de um evento astronômico raro e fascinante: um alinhamento planetário que reunirá sete planetas do Sistema Solar. Esse fenômeno, que ocorre poucas vezes por século, promete ser um espetáculo imperdível para observadores do céu e entusiastas da Astronomia.
O Que é um Alinhamento Planetário?
Um alinhamento planetário ocorre quando vários planetas se posicionam aparentemente próximos uns dos outros em um mesmo lado do Sol. Diferente do termo coloquial “desfile planetário”, que se refere a vários planetas visíveis no céu em uma mesma noite, o alinhamento é um evento mais específico e raro.Configuração do céu em 28 de fevereiro de 2025. Fonte: Stellarium Web.
O Que Veremos no Céu?
Neste alinhamento, os planetas Saturno, Mercúrio, Netuno, Vênus, Urano, Júpiter e Marte estarão alinhados. Desses, cinco poderão ser vistos a olho nu:Marte: O planeta avermelhado brilhará alto no céu, na constelação de Gêmeos.
Júpiter: O segundo planeta mais brilhante estará na constelação de Touro.
Vênus: O planeta mais brilhante do céu, visível na constelação de Peixes.
Mercúrio: Um pouco mais próximo do horizonte, na constelação de Aquário.
Para observar Urano e Netuno, será necessário o uso de telescópio. Já Saturno, embora geralmente brilhante, estará próximo ao Sol, exigindo um pouco mais de atenção para ser avistado.
Melhor Horário e Condições de Observação:
O fenômeno será visível logo após o pôr do Sol, a partir das 18h50 (horário de Brasília). A Lua Nova do dia 28 de fevereiro criará condições ideais para a observação, com o céu mais escuro, facilitando a visualização de objetos menos brilhantes.Um Evento Único:
Esse alinhamento planetário é um evento raro que não se repetirá até 2161. Portanto, é uma oportunidade única para observar e apreciar a beleza do nosso Sistema Solar. Prepare seus telescópios ou apenas seus olhos, e não perca esse espetáculo no Céu!Fique atento: A data de 28 de fevereiro é uma referência média para a melhor visibilidade global. Verifique as condições locais para garantir a melhor experiência de observação.
Fontes: Guia de Observação Astronômica Starwalk Space e dados astronômicos.
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Fenômeno óptico: Halo Solar.
Em locais mais frios e por nuvens do tipo Cirrostratus, no final ou no começo de uma temporada chuvosa, pode acontecer um fenômeno óptico chamado Halo Solar, que ocorre quando a luz do Sol se reflete e refracta em cristais de gelo suspensos em nuvens altas, formando um arco-íris circular em volta do Sol. O Halo Solar é caracterizado por sua forma circular e suas cores vibrantes que circundam o Sol. Essa formação geométrica ocorre devido à estrutura hexagonal dos cristais de gelo que estão suspensos na troposfera.
Esse fenômeno foi registrado ontem, 12/12/24, no município de Dois Vizinhos.
Fotos: Lavínia Mazurana. -
Observe o Cometa NEOWISE no final de julho
O cometa C/2020 F3 NEOWISE foi descoberto em 27 de março de 2020 pela NASA com sua sonda espacial NEOWISE (Near-Earth Object Wide-field Infrared Survey Explorer).
Trata-se de um cometa retrógrado, e que já passou pelo seu periélio (maior proximidade ao Sol) no dia 3 de julho de 2020, a 0,29 UA (43 milhões de km) do Sol.
Ele está se afastando do Sol e tornando-se menos luminoso, embora se aproxime da Terra, passando mais perto dela em 22-23 de julho, a 0,69 UA (103 milhões de km).
Até a última semana de julho, o cometa NEOWISE não estará visível do Brasil, somente da Europa, Ásia e costa nordeste da América do Norte.
A partir de 27 de julho, o cometa poderá ser visualizado do Brasil ao anoitecer, a olho nu, porém cada vez menos brilhante.
Ainda, em 7 de agosto, o cometa NEOWISE estará situado próximo aos cometas C/2017 T2 Pan-STARRS e C/2019 U6 Lemmon, numa área de 10 graus no limite das constelações de Cabeleira de Berenice e Boieiro.
Para mais informações sobre a luminosidade do Cometa NEOWISE, visite: http://www.rea-brasil.org/cometas/2020f3.htm.
Para saber mais sobre a órbita e a localização, visite: https://www.heavens-above.com/comet.aspx?cid=C%2F2020%20F3&lat=0&lng=0&loc=Unspecified&alt=0&tz=UCT -
Captura de “Fuel Dump” do foguete chinês Long March 3B
Vinícius Ceccon – Agrimensura/GEAstro, UTFPR-PB
Tina Andreolla – DAFIS/GEAstro, UTFPR-PB
Marcelo Zurita – BRAMON
Luzardo Júnior – GEDAL
Renato Cassio Partronieri – BRAMON/Astrocan
Miguel Fernando Moreno – GEDAL/MCTL-UELPor vezes, quando dedicamos nossa atenção ao céu noturno, observando suas estrelas, planetas e efemérides, ocorre-nos sentimentos de contemplação e descoberta. Nestas noites, podemos nos deparar com objetos intrigantes, muitas vezes meteoros, e mais raramente OVNIs (Objetos Voadores Não-Identificados) com aparência e movimento incomuns. Na noite de 22 de junho de 2020, enquanto fazia astrofotografia, me deparei com tal situação.
Na astrofotografia, utilizamo-nos de diversos equipamentos, como teléscopios, lentes, câmeras, tripés e montagens, para capturar cenários do céu noturno. Nesta noite, eu utilizava uma montagem equatorial com motorização no eixo de AR (Ascensão Reta), e uma DSLR (Canon Rebel SL2) com uma lente 18/55mm f/4.0-5.6. A Figura 1 apresenta o equipamento utilizado para as capturas.
Figura 1: Equipamento utilizado. Fonte: Autoria própria. Entre as 18:00h e as 23:30h, na região rural do município de Verê/PR, eu imageava uma região próxima ao plano da Via-Láctea chamada de Complexo de Nuvens Rho Ophiuci, que envolve a estrela gigante Antares. Para esta foto, obti aproximadamente 100 fotos de longa exposição (90s cada fotograma), combinando-as para formar uma única imagem, divulgada na Figura 2.
Figura 2: Aglomerado de Nuvens Rho Ophiuci. Fonte: Autoria própria. Após terminar essa longa sessão de fotografias, eu estava prestes a guardar meu equipamento quando notei um objeto pouco luminoso e relativamente grande ao Oeste, na direção do pôr do Sol. Como conhecia tal região do céu, que faz parte da Constelação de Corvus, eu sabia que não se tratava de um objeto comum. Com pouca bateria restante em minha câmera, resolvi imagear esse objeto.
Figura 3: Primeira imagem do objeto desconhecido. Fonte: Autoria própria. Após visualizar essa imagem, fiquei extremamente curioso com a natureza desse objeto. Antes que a bateria da câmera acabasse, consegui obter duas séries de imagens: 10 imagens de 10s cada, em 18mm de distância focal; e 10 imagens de 6s cada, em 55mm (mais aproximada).
Animação 1: Combinação das 10 imagens sequenciais obtidas em 55mm. Fonte: Autoria própria, via GIPHY.
Depois de guardar meu equipamento, realizei uma análise das coordenadas e do movimento desse objeto, até então desconhecido. Primeiramente, realizei o que se chama de image solving, ou resolução da imagem, em que um software identifica o padrão das estrelas e outros objetos encontrados na imagem, para então anotar as suas posições. O produto dessa identificação é exposto na Figura 4.
Figura 4: Imagem com posições anotadas. Fonte: Autoria própria. A partir da Figura 4, pude calcular, por meio de estrelas próximas, as coordenadas celestes (Ascensão Reta e Declinação) do objeto, assim como sua velocidade angular no decorrer das duas séries de imagens. Esses resultados são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1: Variação das coordenadas celestes nas imagens. Fonte: Autoria própria. Expresso em graus, o deslocamento angular durante os 03 minutos e 48.60 segundos de observação foi de, aproximadamente, 8.3 ° em Ascensão Reta, e 0.6 ° em Declinação. Dessa forma, a velocidade angular calculada para esse objeto foi de 0.00365 °/s, ou 2.19 arcmin/s. Como utilizaram-se coordenadas celestes, o movimento aparente devido à rotação terrestre não interfere nesse cálculo.
Portanto, foram diversas as características incomuns desse objeto. Sua velocidade angular era relativamente alta, e seu tamanho angular era mais de duas vezes o tamanho da Lua Cheia, o que é raro de se observar em efemérides. Também, como era visível a olho nu, caracteriza-se como mais luminoso que o normal. O mais marcante, entretanto, era que a direção da “cauda” do objeto apontava para a mesma direção que o seu movimento.
Após compartilhar as imagens com o GEAstro, grupo de Astronomia da UTFPR – Câmpus Pato branco, a professora Tina Andreolla, que coordena as atividades do grupo, contatou diversos colegas da área para obter mais informações.
Utilizando-se das coordenadas calculadas da imagem, e do auxílio de diversos colaboradores da área, como integrantes do GEDAL (Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina), da BRAMON (Brazilian Meteor Observation Network, ou Rede Brasileira de Observação de Meteoros) e de Michael Thompson, especialista em Dinâmica Orbital e Astronáutica da Universidade de Purdue nos Estados Unidos, descobrimos que o objeto era relacionado ao foguete Longa March 3B, foguete chinês que levava o último satélite artificial da constelação BeiDou, que fornecerá serviços mundiais de GNSS.
A estrutura observada nas imagens é resultante de uma prática chamada Fuel Dump, ou alijamento de combustível, na qual um dos estágios do foguete libera o combustível líquido remanescente, evitando possíveis acidentes ou explosões em órbita.
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Brincando e aprendendo sobre Astronomia e Astronáutica
O GEAstro (Grupo de Estudo, pesquisa, extensão e inovação em Astronomia) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) – Câmpus Pato Branco, tem o prazer em anunciar que nos próximos dias estará divulgando por meio de suas redes sociais e canais de comunicação, atividades lúdicas voltadas ao ensino da Astronomia e Astronáutica, para serem reproduzidas pelas crianças em conjunto com suas famílias. A principal intenção do GEAstro com esta ação é proporcionar às famílias ferramentas para realizarem atividades de fácil compreensão e execução, com materiais de baixo custo, contribuindo para o aprendizado de seus filhos de forma divertida e dinâmica, ampliando as opções de acesso a atividades, principalmente nesse período de aulas suspensas.
Esta atividade faz parte do projeto “Divulgando Astronomia através das Mídias Digitais” o qual é voltado a facilitar a comunicação, estudo, ensino e acesso a informação sobre as Ciências Espaciais. Além de divulgar e despertar o gosto pela Ciência, em especial a Astronomia.
Site: http://www.pb.utfpr.edu.br/geastro/
Instagram: https://www.instagram.com/geastro/